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No Dia mundial da Água, saiba as principais formas de economizar o recurso.

Santa Catarina possui uma rede hídrica rica e bem distribuída. De acordo com a Diretoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), o estado catarinense possui 170 mil nascentes de córregos e rios, que abastecem as cidades.

Para garantir a sustentabilidade e a saúde de nosso ecossistema, uma gestão equilibrada da água para evitar desperdícios e poluição é necessária. Mas, com mais tempo em casa durante a pandemia, é mais fácil abusar desse item. Banhos demorados, lavagem de carros e calçadas estão entre os vilões do consumo consciente, mas a boa notícia é que ações simples podem ajudar muito a contribuir com o planeta.

No sistema produtivo, a redução no uso ainda é desafio. O estado é um grande produtor de alimentos e, para um plantio em larga escala, o uso da água é abundante. Na indústria, algumas empresas têxteis da região do Vale do Itajaí passam a reutilizar a água no processo produtivo ou inserir inovações que permitam que o consumo seja menor.

Consumo consciente contribui com o planeta

Humberto Bruzadelli, técnico da estação de tratamento de água do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), afirma que desde o início da pandemia, a região do Vale do Itajaí notou um crescimento no consumo de água nas estações.

Algumas medidas simples podem fazer toda a diferença. Entre elas, utilizar a máquina de lavar roupas quando tiver peças o suficiente para enchê-la. Isso evita o desperdício de água e também de energia. A água que sai após a lavagem também pode ser reutilizada para lavar o quintal ou calçadas.

— Algumas pessoas têm o hábito de deixar a torneira ligada ao escovar os dentes, lavar a louça com a torneira. É mais chato fechar a cada copo ou prato, mas é possível. E um banho de no máximo 8 minutos é o suficiente. Alguns prédios têm adotado reuso de água. Você pode reaproveitar a água da chuva ou a água cinza consumida no local, que é aquela proveniente da pia do banheiro, na cozinha com lavação. É uma tendência que vamos observando e as pessoas têm utilizado cada vez mais — afirma Bruzadelli.

Fechar as torneiras quando não estiver usando, substituir a mangueira por baldes e regadores são maneiras de contribuir com a sustentabilidade do planeta. Vazamentos também podem ser vilões quando se fala em consumo consciente, pois eles geram muito desperdício. Quando você joga óleo na pia ou papel sujo na privada também dificulta o processo de tratamento.

— Quando falamos de água, falamos de vida, é o princípio de tudo. É importante nossa reflexão com nossa relação com ela. Será que estamos reverenciando essa água? Quando utilizada de forma incorreta, se transforma em veículo de doenças e até mesmo de mortes. Devemos pensar sempre nisso — aconselha.

Como verificar a qualidade da nossa água consumida?

A sustentabilidade em torno desse recurso hídrico envolve não só a economia, mas o cuidado. Ao fazer uma ligação clandestina e destinar lixo e esgoto para rios e mares, também há a destruição dessa fonte. Ainda, o desmatamento de encostas e matas ciliares prejudica a qualidade da água fornecida à população e tão importante para o ecossistema como um todo. Atenção constante com os vazamentos de agrotóxicos utilizados na agricultura também devem ser priorizados, principalmente próximos às nascentes e encostas dos rios.

A água não pode ter nenhum tipo de alteração de cor e propriedades como cheiro e gosto. Se isso for perceptível, o consumo não é recomendado. Com equipamentos, é possível uma análise mais detalhada, para analisar parâmetros como PH, que mede acidez - o ideal é que esteja neutro, por volta de 7. Do ponto de vista microbiológico, são contabilizados os coliformes totais e termotolerantes, que evidenciam poluição provavelmente de origem humana, assim como a turbidez, com substâncias suspensas na água. A matéria orgânica em excesso também é um sinal da poluição.

— A água chega a nossa casa pela concessionária, tratada com todo carinho e dedicação dos profissionais. Quando utilizamos essa água, ela de água potável passa a ser água servida. Somos nós, que transformamos, pelo uso, a água em esgoto. Para produzir menos esgoto, preciso produzir também menos água — reforça Bruzadelli.